De todos e para todos, sem mais nem menos

sexta-feira, 15 de julho de 2011

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O Jesus que elogia a fé de um chefe da guarda romana; que elege um Samaritano como exemplo a ser imitado; e que tem na sua despedida uma fala que confirma a fé naqueles que eram excluídos do ambiente religioso...me perdoem, mas definitivamente esse Jesus não estava interessado em fazer prevalecer um discurso sobre a fé.
Não admitir o diferente por achar que junto com ele se estará admitindo a injustiça ou a iniquidade, é criar um ambiente injusto e iníquo!

Não vejo Jesus identificando e promovendo credos corretos. Vejo Jesus identificando e promovendo Vida.

Aqui e ali vejo um discípulo entendendo isso: "A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo." (Tiago)

Entenda-se por mundo toda e qualquer ordem estabelecida que promova injustiça e iniquidade, por exemplo: o exclusivismo religioso.

O Pai é nosso. Nosso!


hugo lucena theophilo

Coisas de pecador

terça-feira, 12 de julho de 2011

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Seduzida pela Graça
 
 
Mudança... era uma palavra inconcebível no vocabulário e argumentação mental viciada deles!



Perdão... era impossível em suas conjecturas de inadmissível transgressão da sagrada lei!



Intransigência... era o prazer macabro que retro alimentava suas expectativas em relação aos não convencionais.



Confronto... ELE não tinha o direito de expor e subestimar legítimos herdeiros de Abraão, para favorecer uma desventurada promotora do pecado imperdoável na conduta ilibada e moralista dos “Pietistas Rabinos”.



Ele provoca um mal estar neles... Ela merecia pedras e ELE nos ultraja oferecendo -lhe flores!



Mas ela entra na história como convidada DELE para o desgosto e desconcerto dos porta-vozes da impecabilidade.



Surge e protagoniza uma das mais belas cenas arquitetadas pelo AMOR, na condução da valorização e redenção do ser criado a imagem e semelhança do CRIADOR.



Toda quebrantada e com uma disposição de ser abduzida pela GRAÇA se preciso fora, ela rouba a cena e as intenções de justiça própria que vazava pelos poros dos “esteticamente corretos”.



Seduzida pela irremediável e irreversível consciência de quem imergiu nas entranhas da MISERICÓRDIA, ela mal pode imaginar o desfecho do enredo legitimado “antes da fundação dos séculos”.



Ela ouve uma canção que jamais pensaria que fosse possível enquanto vivente: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?... Nem eu, também, te condeno...”.


Mas... é só isso?! Ela deve ter pensado como resultado do aguilhão dos agravos sofridos de quem não tinha sequer o direito de se pronunciar em público, para abrandar a dor que carcomia sua alma.

ELE com sensibilidade e visceral compaixão sussurra em seu coração: “...vai-te, e não peques mais”.

Faça isso por você mesma, para que cresça na radicalidade de alguém que discerniu “a fatal atração do AMOR” que agrega PAZ e convida a todos os excluídos e maltratados para provarem do incomensurável privilégio de acesso ao “FRUTO DA ETERNA PAIXÃO”.

Faça isso para que você não fique vulnerável e deliberadamente exposta as aspirações homicidas dos seus inquisitores, que fazem isso como transferência para a pacificação da própria alma que ainda não consegue discernir e mergulhar no dom gratuito do AUTOR DA VIDA.

E todas as vezes que se sentir rejeitada, acuada e indigna de ser alvo e objeto do AMOR, lembre-se e cante para si mesma: Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com amorável benignidade te attrai"
 
 

O deus imaginário e o Deus de Jesus

segunda-feira, 11 de julho de 2011

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Uma coisa deve ser dita: Fica proibido confundir Deus com sua representação. Dito isto podemos analisar as fontes do deus-imaginário.

Chamo de deus-imaginário o produto subseqüente da consciência infantil que pensa de certo modo que tudo é ela e ela é tudo. E essa aspiração à totalidade permanece como uma estrutura básica do ser humano, e o desejo religioso de um Todo Transcendente não escapa a esse movimento.

Os primeiros símbolos para a criança desse desejo são os pais, e o deus-imaginário adquire forma e configuração a partir deles. É no pai, segundo as análises freudianas que a criança projeta a onipotência, aquela que no princípio estava atribuída a ela mesma. O pai aparece, então, como a própria realização da onisciência, da onipotência e da onibenevolência. Porém com essa imagem perdida, o deus-imaginário, por meio da figura perdida do pai, toma nome, forma e figura.

O Deus de Jesus ao contrário do deus-imaginário nos convida para o enfrentamento da realidade. Ele não é um aliado dos nossos próprios desejos e interesses, e nem escamoteia as dificuldades e complexidades da vida humana. O Deus que se manifesta em Jesus não é certamente o que desejamos.

O deus-imaginário é um deus mágico que serve para levar o indivíduo a superar de maneira mágica a dureza da vida. É um deus explica - tudo possuindo uma resposta para cada problema ou incógnita da existência. É um deus das ameaças e castigos, principalmente na área da sexualidade. É um deus que enfim nega toda experiência real de dor e entre elas a própria morte.

O Deus de Jesus é aquele que nos remete de volta à realidade com toda a dureza que esta possui, e não nos solucionam os problemas, mas nos dinamiza para que trabalhemos na tentativa da solução. Ele não está para explicar o sofrimento, mas para nos conduzir a fé, reduzindo todo tipo de ambivalência. Ele nos faz perceber que a vida humana é uma maravilha mesmo quando surpreendida pela dor, pela pergunta sem resposta e pela própria morte.

O deus-imaginário é visto como onipotente, mas o Deus de Jesus é nos apresentado como um Ser enfraquecido pelo amor, podendo ser rejeitado. Esse Deus não cabia na mente do judeu que esperava sinais e nem de gregos que esperavam saberes absolutos, um Deus revelado no crucificado era escândalo e loucura.

O Deus de Jesus nada faz para ser amado ou adorado, temido ou reverenciado. Sua ação em favor dos homens não é uma expressão de seu poder, mas de seu amor gratuito. Sim! O Deus de Jesus é um Deus de amor, que não anula as diferenças e nem nos retira dos conflitos da realidade, antes é um amor que pelo exemplo nos estimula a decisão pela fraqueza. Amor que se põe do lado do fraco, oprimido e marginalizado, se opondo a todo sistema de opressão, ódio e marginalização.

O Deus de Jesus não é um poder absoluto que se impõe sobre os homens, mas primordialmente um Ser relacional que uma vez crido e experimentado pelos homens nos conduzirá ao fim do mundo que é o começo do Reino.

Convite doce

quinta-feira, 7 de julho de 2011

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CHEGA DE PAPO FURADO. VAMOS ORAR?





Somos informados pela Palavra que nada temos porque não pedimos, e que, quando pedimos, não obtemos, pois, pedimos mal, apenas para esbanjar nos prazeres e nas ilusões de aquisição, poder e conquista.


Por outro lado somos estimulados a pedir bem, segundo a vontade de Deus, que é amor, pois, assim sendo, sabemos que já obtivemos o que Lhe temos pedido.


Jesus mandou que pedíssemos com amor e fé, em Seu nome, pois, Ele mesmo é a Resposta a todas as nossas orações.


E mais: Ele disse que quando pedíssemos veríamos tanto amor de Deus sendo derramando que nossa alegria espiritual seria completa.


Além disso, foi Jesus também quem disse que ao orarmos devemos crer de antemão que já fomos ouvidos.


Já vi muitas vezes na vida o que uma intensa dedicação à oração concentrada em fé e amor pode realizar.


Vi acontecendo com outros e também comigo!


Na realidade vejo que peço pouco, pois, de algum modo, é como se eu mesmo soubesse que Ele sabe, e, assim, pelo excesso de certeza acerca Dele, não peço como foi ordenado que eu fizesse. Porém, quando faço, minha alegria é sempre completa, pois, muitas vezes, vejo na hora as coisas acontecerem. Outras vezes, no entanto, demora um pouco, e, em tais casos mais demorados, nem sempre a resposta vem como solicitada, pois, de fato, sempre vem melhor.


Eu, todavia, creio que se alguém se dedica a pedir aquilo ao que Jesus diz “amém”, não há como não vir a acontecer.


Jesus enfatizou a oração mais do que qualquer outro tema.


Sim! Jesus manda orar; orar mesmo; orar sem cessar; orar para não entrar em tentação; orar para amar o inimigo; orar pela vinda do reino; orar pelos doentes e encarcerados; orar pelos aflitos do mundo; orar por reis e governantes; orar pedindo que a grande tribulação não seja longa demais; orar pedindo que nossas fugas não sejam no inverno da vida; orar pela subversão dos poderes do mundo; orar sabendo que nenhuma autoridade manda em nada; orar crendo que para Deus tudo é possível.


Sobretudo, Jesus mandou orar com amizade por Deus, com solidariedade pelas causas do céu na terra!


Oração, todavia, hoje em dia, é, na melhor das hipóteses, uma macumba, um exercício de poder, um acesso alternativo aos “bens deste mundo”; ou, ainda, apenas um falar autoritário enquanto se marcha no chão do templo pedindo sucesso, carro, casa, emprego, ou soluções para problemas afetivos com o marido, o amante ou a eliminação dos inimigos.


Fui interrompido por alguns minutos!...


Mamãe ligou pra mim... Minha tia Elvira, a mais velha da casa de meu pai, acabou de partir para encontrar com Jesus, com meu avô, com meu pai, com meu irmão Luiz, com meu filho Lukas, e com todos os meus tios e tias que já foram, e, também, foi e já está na presença do Rei da Glória.


Louvado seja Deus pela partida de minha tia santinha e amada!


Aqui de onde estou — sem poder correr até Manaus para sepultá-la e consolar meu primo João Fábio, único filho dela — oro por todos e também pelo meu primo João; e peço ao Espírito Santo que se derrame sobre ele e sobre todos agora.


O Anjo do Senhor está acampado!


Por que você não firma o propósito de orar sempre neste ano que agora começa?


Sim! Falar menos, ouvir mais, opinar menos, julgar nada, e, em compensação, orar tudo o que antes seria objeto de seus discursos e tentativas de intervenção pessoal!


Fale com Deus. Com os homens adianta muito pouco!



Com oração, Nele, que é o meu Amém,




Caio


Uma obra

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"Deus vai fazer uma obra em sua vida!"   Você já recebeu este tipo de vaticínio nestas andanças pelos corredores dos labirintos religiosos? Não. Eu já, várias vezes.
Até entendo que seja assim. Uma obra de tapeçaria, do Grande Artista que sabe o fim desde o começo.
Não canso de ouvir Stenio Marcius.
Agora cá pra nos, pó e cinza, pedaços de barro, titicas de pó cósmico, tubo digestivo ambulante com córtex cerebral desenvolvido: A coisa mais difícil que existe no mundo (hipérbole básica) é acabar uma obra!
No começo é aquele entusiasmo, aquela alegria. Particularmente um processo alquimico, uma transformação do lixo em ouro começou em mim, por motivos que um dia contarei com palavras, neste ambiente.
O dia, a semana passam rápido e, na hora de dormir, só se deseja uma coisa: que o amanhã seja ainda melhor do que hoje, cheio de novidades e descobertas.
De que eu estava falando, de um casamento ou de uma obra?
Não importa, é quase a mesma coisa - com todo respeito aos que idealizam o santo matrimonio.
Não por coincidência, pois não creio nelas por ser  junguiana crente na sincronicidade e acima de tudo e de todos sou amiga do Noivo, percebo claramente que o casamento de 10 anos reformou-se para ficar melhor.
Enfim, voltando as vacas frias, sai o sofá, sai o guarda-roupa e, no dia que sai a cama, é como uma lavagem cerebral, 10 anos de psicanalise mais 5 anos de analise junguiana não foram capazes deste alvoroço anímico profícuo.
Ah, daqui pra frente, tudo vai ser diferente - com a ajuda do Tapeceiro, é minha prece.
Chega a hora de fazer escolhas mais especificas, detalhes são importantes para compor um ambiente. A parede de que cor? Uma jacuzzi? Posso sonhar?  A sala vai ter que combinar com o atual estado de espírito, é claro. Em tons dramáticos, quem sabe misteriosos ou tipo clean? Cheia de objetos ou totalmente despojada?
Já sabendo que sujeira faz parte do processo, é inevitável, sei que a rotina muda para valer, absolutamente nada fica em ordem, caos é uma palavra que nem de longe define a percepção que tenho da cena.
Os meses passam, um dia acordo cansada, aquele cheiro de poeira  já não é mais tão delicioso, ao contrário as crises alérgicas/respiratórias de toda a ninhada mostram que ninguém sai impune deste turbilhão.
Passar por cima do entulho para chegar lá.......Bem, existem maneiras mais agradáveis de viver, mas terei que ir até o fim, pois obra é uma das poucas coisas no mundo que não se pode abandonar. O dinheiro está no fim, só que preciso continuar.
A paciência também vai acabando, a casa não fica pronta e tenho que tomar 500 decisões por dia, duas dúzias delas ao mesmo tempo e para "ontem".
A vantagem de se ter um consorte especialista em certas aréas pertinentes facilita várias fases do processo contudo, fico penalizada ao vê-lo levando a trena para o banheiro no momento de rei e matutando sobre os tipos de pisos, janelas e portas, entre uma garfada e outra.
Ah, Senhor livrai-nos do estresse!
Muito é decidido rapidamente. Resolve, provavelmente mal, mas resolve, e as coisas estão andando bem, apesar de tudo.
Os cabides que são pretos, cobertos de poeira, daquela bem grossa, cinza ficaram, imagine os vestidos. Os controles remotos não sumiram, falta aquela pulseira venerada, onde estará? Vou procurar no freezer.
Estou adquirindo know how, quem sabe um dia escreverei um livro sobre a experiência de se reconstruir na obra e com a obra.
Por hoje espero ansiosa (na concepção doentia) pelo dia em que o chefão da obra comunique que está tudo pronto e o alivio chegará finalmente.
O "aperreio" é grande mas quando estiver  tudo no lugar, o vinho na geladeira para comemorar, as flores no vaso e a família dizendo que ficou lindo, estarei tão feliz - sentirei que vale a pena, pois são as mudanças que fazem com que a vida seja sempre surpreendente.

Penso no que sou e vejo o Tapeceiro, o Dono da Obra, que  não desiste de mim e a tal estatura de varão perfeito, a transformação definitiva, alegra desde já Aquele que começou a boa obra e a terminará.

Vida

terça-feira, 5 de julho de 2011

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Casa arrumada  é assim:


Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.


Carlos Drummond de Andrade

Pitadas

quinta-feira, 23 de junho de 2011

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Encerrando Ciclos

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.


Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?


Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.


Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.


As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.


Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.


Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.


Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

Fernando Pessoa

JESUS AMA OS MEDIOCRES E ABOMINA A MEDIOCRIDADE!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

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Há um sentido no qual mediocridade é aquilo que é pertinente à média.
Nesse caso, trata-se da existência que se deixa governar pela média, e que teme qualquer expressão de seu próprio ser que não carregue a chancela da maioria.
Ora, neste sentido, pode-se dizer que Jesus ama os medíocres, pois Ele amou ao mundo, e, sem dúvida, a Terra é a habitação da mediocridade travestida de bons costumes, de moral, de etiqueta e da covardia que se deixa domesticar pela vontade da maioria, não importando as amputações existenciais que o individuo tenha que sofrer, desde que se conforme às massas.
Todavia, mesmo amando a todo homem, e fazendo-o de modo igual, Jesus, o homem, detestava a mediocridade.
Quando Jesus anunciou que iria para Jerusalém, e disse que lá morreria, Pedro lhe disse: “De modo nenhum Senhor”. A resposta de Jesus foi forte: “Arreda Satanás”.
E o que isto tem a ver com o fato de Jesus detestar a mediocridade?
“Tu é para mim pedra de tropeço”—acrescentou Jesus a Pedro.
Mediocridade é a boa intenção que tenta impedir a plenitude da vida e da missão no existir.
Era isto que Pedro estava fazendo. E isso era também parte do repúdio de Jesus.
Pedro queria um Cristo medíocre. Um Jesus sobrevivente!
É a mediocridade, por mais cheia de boas intenções que seja, que diz “de modo nenhum” a tudo aquilo que possa parecer risco de vida, ou melhor: chance de morte; ou mesmo de uma existência diferente.
A mediocridade é o que nos incita a crer que apenas os seres “abomináveis” da terra é que podem ser associados à Satanás.
A mediocridade é o que determina qual é o publico do diabo, e quais as ofensas que mais ofendem a Deus.
Isto porque é o medíocre que enxerga no diferente o ser abominável, e nos demais, iguais a ele mesmo em conduta exterior, aqueles que jamais seriam objeto de um veemente “Arreda Satanás, pois tu me és motivo de tropeço”.
Mas para Jesus a mediocridade é uma ofensa terrível, é a pior forma de possessão demoníaca que pode assolar um homem, visto que o possuiu em-si-mesmo, e não como uma invasão alienígena.
Satanás habita a mediocridade dos que pensam que podem dizer “De modo nenhum” até para Jesus.
O problema é que a Religião tem essa pretensão!
E é assim que age quase o tempo todo!
Ora, houve outra ocasião, tempos depois, quando Pedro, outra vez disse: “De modo nenhum, Senhor”.
Isto aconteceu antes dele ser informado por um anjo do Senhor que deveria sair de Jope e ir até a Cesárea marítima a fim de anunciar o Evangelho na casa do pagão Cornélio (At 10).
Descia do céu um lençol com toda sorte de animais abomináveis, e Pedro recebia a ordem de que deveria comê-los.
Era uma visão. Mas o apóstolo dizia: “De modo algum, Senhor, visto que em minha boca nunca entrou nada comum ou imundo”.
A Palavra de Jesus a Pedro naquela visão foi a de sempre: “Não consideres comum ou imundo aquilo a que Deus santificou”.
O medíocre não se afasta do cardápio da média; e nem consegue enxergar santidade naquilo que não parece com ele mesmo, nem com sua cultura, nem com seu meio social ou religioso.
Em minha opinião, na maioria das vezes essa foi a diferença entre Paulo e os “outros”. Paulo não sofria de mediocridade, daí o Evangelho que pregava ter sido tão superior em consciência e qualidade.
Assim, se alguém tem devoção às instituições de valor determinadas pela religião, sem dúvida tal pessoa só será salva da mediocridade se Deus a forçar a comer aquilo que ela abomina.
Somente o genuíno Evangelho da Graça pode nos salvar da mediocridade, posto que somente na transcendência ao que é terreno e pertencente ao mundo das falsas aparências, é que o coração será liberto do satanás que se faz adversário de toda diferença.
Onde quer que haja “uniformidade” e onde quer que haja senso de sobrevivência que se ponha acima do chamado para a individualidade, aí, tenha certeza, há o espírito de Satanás.
E isto pode vir disfarçado do que for, mas se disser: “De modo algum Senhor”—, então, é a vontade do diabo que se está praticando, pois Satanás é o pai de todas as formas de clonagem.
Assim, eu repito:
Mediocridade é a intenção que tenta impedir a plenitude da vida e da missão no existir.
E isto gera repúdio em Jesus...
Ora, Ele não aceitou isto para Ele mesmo, como poderia consentir com isto para os outros, aos quais Ele veio salvar, por mais diferentes que pareçam da média?

Pense nisto!



Simplicidade

domingo, 19 de junho de 2011

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Existe uma mentalidade que cultua o complexo, não enxerga valor no simples e até foge dele como o diabo foge da cruz.

Uma ideologia que identifica o progresso com a opulência. Um mito predatório e devorador de vida que foi tão bem discernido e desmascarado por Ivan Illich, por exemplo - e olhe que ele não viu nenhuma placa do nossos estabelecimentos comerciais e religiosos: Super, Hiper, Extra, Maxi, Universal, Internacional, Mundial.

Aliás, é curioso que estabelecimentos comerciais e religiosos sejam tão parecidos não apenas em seus nomes, mas também em seus edifícios...tanto os normativos (ideologias) quanto os físicos (galpões onde funcionam).

Super, Hiper, Extra, Maxi, Universal, Internacional e Mundial revelam a mesma coisa!


hugo l. theophilo

Gastando energia como o que não é pão

sexta-feira, 17 de junho de 2011

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Briga de galos

Quando leio determinados textos em blogs que se definem como “apologéticos”, onde adeptos de uma linha teológica se dedicam a atacar quem não concorda com eles, sempre me vem à cabeça, um texto de Rubem Alves, do qual posto um trecho abaixo:
Há teólogos que se parecem com o galo. Acham que, se não cantarem direito, o sol não nasce: como se Deus fosse afetado por suas palavras. E até estabelecem inquisições para perseguir galos de canto diferente e condenam outros a fechar o bico, sob pena de excomunhões. Claro que fazem isto por se levarem muito a sério e por pensarem que Deus muda de ideia ou muda de ser ao sabor das coisas que nós pensamos e dizemos. O que é, para mim, a manifestação máxima de loucura, delírio maníaco levado ao extremo, este de atribuir onipotência às palavras que dizemos.
Para colocar esses galos nos seus devidos lugares, Rubem Alves completa:
O sol nasce sempre, do mesmo jeito, com galo ou sem galo. Assim, o galo pode dormir à noite, sem a angústia de ter de acordar na hora certa. Se dormir demais, o sol vai se levantar do mesmo jeito. O que, sem dúvida, diminui seu senso de importância, mas tem a compensação do sono tranqüilo, o que não é de se desprezar.
Eu não suportaria pensar que o meu pensamento é tão poderoso que, caso eu pense errado, Deus vai ficar torto.
É isso. Deus não entorta nem desentorta por causa do pensamento nem da teologia, vai continuar sendo Deus. E ninguém vai parar no inferno pelo delito de, do alto da sua humanidade e limitações com ela condizentes, entender Deus apenas em parte. Apenas a religião tem necessidade de formatar o pensamento e as opiniões das pessoas , Deus não precisa disso.
Teologia é construção humana, e como tal, obviamente, é também pessoal. Pessoas diferentes, com níveis intelectuais diferentes, idades diferentes, formação diferente, origem diferente, preconceitos diferentes, experiências diferentes e etc, podem interpretar uma mesma frase a respeito de Deus, de várias formas diferentes. Deus é absoluto mas nós, humanos, somos todos relativos. A dificuldade em aceitar as relatividades do pensamento humano, como coisas absolutamente naturais, inclusive quando se trata de Deus, gera brigas vergonhosas entre os cristãos. Deus quer corações, quer pessoas sinceras que O busquem, e nem sempre a posse ou crença na mais perfeita ortodoxia, calvinista dos cinco pontos, implica em estar buscando Deus em espírito, verdade, de todo o coração, alma, entendimento.
Querer fazer com que todos pensem igual, concordem com você em tudo, dancem do mesmo jeito, toquem a mesma música no mesmo tom, também é uma forma de escravidão, um tipo de neurose. O zelo pela “sã doutrina”, muitas vezes não passa de necessidade de ter controle sobre as pessoas, ou medo de perder o controle que já exerce sobre elas, e isso em alguns casos, atinge níveis de doença, de patologia. Necessidade de uniformizar o que devia ser estritamente pessoal, porque assim, é mais fácil de manter as estruturas e instituições. Qualquer sistema político ou militar ou seja lá de qual ideologia for, sabe disso, inclusive os sistemas religiosos. Manter um discurso igual, é essencial para a coesão de qualquer grupo ideológico. Mas, ironicamente, o acesso de todos à bíblia, que os reformadores garantiram aos cristãos, fez com que essa “coisa” que chamamos cristianismo, cada vez fosse se pulverizando mais, porque não existe leitura livre da bíblia, sem a correspondente livre interpretação. E livre interpretação, tanto para o bem quanto para o mal. Tanto para distribuir o perdão e amor de Deus às pessoas, e incentivá-las ao amor ao próximo, quanto para tirar dinheiro delas de forma inescrupulosa e ensiná-las a barganhar com Deus. Tanto para falar de um Reino que é justiça e paz e que se constrói pelo amor e não pela força ou poder, quanto para legitimar guerra, imperialismo, pena de morte e escravidão.
A única consciência que você deve controlar, é a sua própria, a dos outros, você pode no máximo, influenciar. O que passar disso, qualquer tentativa de exercer controle sobre a consciência ou o pensamento alheios, já é violação da liberdade do outro, liberdade de pensar como quiser, e escolher entre encher pregadores da prosperidade de dinheiro, ou imitar Jesus. Escolher entre um Deus que é Pai, ou escolher um Deus carrasco. Escolher se relacionar com Deus porque Ele amou você primeiro, ou por coação, medo do inferno ou simplesmente esperando receber algum benefício material em troca, ou a herança do Pai rico, que na verdade você não ama e só quer a prosperidade que prometeu te dar… vai de cada um.
Eu, da minha parte, durmo tranquila como o galo do Rubem Alves, porque se essa noite o meu cérebro torto sonhar que Deus não é Deus, mas sim o Monstro Espaguete Voador com almôndegas, Deus não vai amanhecer embebido em molho bolonhesa, e exigindo sacrifícios em forma de queijo parmesão ralado. :P

Nada de Novo sobre o Sol
 

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