Tô fora, a revanche.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010



Lendo o texto da Carla Cristina Luna Accioly lembrei instantaneamente de um texto do Gilberto Dimenstein “Receita infalível para virar incompetente”.
Parece absurdo e sem sentido, mas minha cabeça de mãe e pedagoga funciona assim mesmo. Tudo me remete à educação!

No texto já referido, Dimenstein nos dá uma aula de como os vestibulares conseguem, com suas cobranças inúteis, formar indivíduos despreparados para a vida, suas exigências e impiedosas cobranças. Segundo ele basta que professores e universidades continuem exigindo conteúdos descontextualizados e educando para que seus alunos nunca consigam ser protagonistas de sua própria formação.
Como conseguem tal façanha? Oferecendo matérias sem nenhuma relação com o cotidiano e apresentando fórmulas prontas para a resolução daqueles problemas que exigem no máximo a decoreba. E os “pobres coitados” que sabem pensar e refletir ficam de fora da brincadeira ou longe da lista dos classificados deste jogo idiota que é o vestibular no Brasil.
Qual relação com o texto “Não me chame”? Pensemos nas igrejas, templos, locais de adoração ou mesmo discussão das idéias de Jesus, como as escolas e professores a que Gilberto Dimenstein se referia!
Enquanto esses locais, juntamente com seus pastores, padres ou líderes continuarem a acreditar na formação religiosa como a única saída para a salvação ou crescimento espiritual de seus seguidores, oferecendo material pronto e exigindo a “decoreba” da Bíblia, o que teremos como resultado é a mesma formação que a maioria das escolas oferece. Formação sem contexto nenhum com a vida, sem prazer pela descoberta do novo, sem paixão pelo desconhecido. Um ser humano infeliz, inquieto e sem fé.
Queremos ser protagonistas da nossa vida e da nossa caminhada espiritual. Precisamos de líderes religiosos capazes de fomentar nossa curiosidade, de nos apontar uma direção e nos gerenciar rumo à habilidade da auto-aprendizagem nesta caminhada inexplicavelmente mágica de descobertas que só deve ter a pretensão de nos fazer tentar viver como nosso mestre Jesus. Caso contrário: Não me chame, também!

Luciana Fernandes
Nova colaboradora deste humilde blog, nos presenteia com um pipula de seu pensamento livre que descubriu, existe um Caminho a seguir.

8 comentários:

Eduardo Medeiros disse...

Drica, o link que você fez é perfeito. até que você é inteligente, não deve ter estudado somente prá passar no vestibular...kkkkkkk

Regina Farias disse...

Dri,

Lembrei do livro "Cidadão de Papel" da autoria de G.D. que eu dei de presente a um filho assim que ele lançou (acho que tem uns doze anos +/-) e fico a refletir como ele continua atual!

Sabe, eu também tô mais que foríssima dessa coisa toda programada, repetitiva, robotizada que paraliza a mente, não pelo uso da "razão", mas justamente por não trazer para a vida, em toda sua amplitude, com a emoção, a razão, a lucidez, as vísceras, enfim, ao ser crítico e consciente!

Palavras fortes, muito bem colocadas, que me assustam e me entristecem por ser uma realidade:

"Formação sem contexto nenhum com a vida, sem prazer pela descoberta do novo, sem paixão pelo desconhecido. Um ser humano infeliz, inquieto e sem fé".

Caramba, um ser humano inquieto e sem fé!

Vejo isso todos os dias, a todo instante, principalmente aqui no mundo "virtual" onde adultos cheios de si exibem-se com a bagagem trazida de berço de ouro religioso que só lhes rendeu arrogância; o intrigante é que, mesmo conscientes de que não vale de p. nenhuma, fazem questão de creditar a si próprios um monte de baboseira que aprenderam e apreenderam durante toda uma vida legalista, fazendo ecoar aos quatro cantos do planeta uma sapiência que, ironicamente, nos aponta nas entrelinhas o quanto lhes foi frustrante e vão, posto que pela via do legalismo intelectualóide e evangelismo programado.

Lamentável!

Tô fora (parte II)

Beijos, minha irmã. E desculpe a exacerbação mas é que eu sofro com isso, pode crer.

Eder Barbosa de Melo disse...

Uau! Muita interessante essa relação, a Lu (olha a intimidade já) chegou com tudo, achei ótimo, mas espero que a Drica não nos abandone.

Não me chamem também, estou lutando muito pra não conceber as ideias que fustigam meus pensamentos: quanto mais perto da igreja, mais longe de Deus. Mas tá dificil ñ pensar assim...

Eder Barbosa de Melo disse...

Aliás deveria ter um post de apresentação da Luciana, o que acham? Chegou e ficou assim do nada? Tem uma história por tras disso. rsrsrs

Adriana disse...

Vou começar a contar a história.
Boa idéia, maninho

beijos para todos vocês

Regina Farias disse...

Oops! paralisa, com s he he

Hugo Lucena Theophilo disse...

"Precisamos de líderes religiosos capazes de fomentar nossa curiosidade..." Rubem Alves para Bispo...já!

Luciano Zamboni disse...

Excelente ligação com a educação formal, com a educação cristã, se apenas decorarmos, seremos máquinas que armazenam dados, mas se formos além, provevelmente poderemos construir um sólido conhecimento de Nosso Senhor.

Graça e Paz!

 

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