“...eis o que digo e conjuro no Senhor: não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas ideias frívolas” – Paulo
Sim.
É possível ser um não-pagão, um não-gentio, e andar a mercê de suas
“ideias frívolas”. Você, oh cristão de carteirinha, dá a mão a mentira,
ao orgulho ou ao rancor?
É possível ser um cristão paganizado. Paulo admite isso e diz: “não persista”, porém quero levar o assunto para outra direção: é possível não ser perdoado mesmo quando já não há mais dívida entre o Homem e Deus.
A
salvação não depende de nossa atitude, porém a nossa atitude é um
reflexo de quem estamos nos tornando. Quem quer se tornar um filho da
perdição, terá seu pedido respeitado, mesmo que tal pessoa seja um
possuído pela legião da boa vontade.
Quem
cuida para não cair, não deve cuidar para escapar do inferno. Quem
cuida para não cair, cuida porque a sua mente é habitação do Espiríto
Santo. “Cuidar para não cair” é sempre sintomático naquele que tem a
consciência de que algo está errado e deve ser melhorado e nunca um
álibi para ser salvo.
O
pecado, não é um ato contra Deus e sim, um estado inerente ao Homem. Em
Cristo, o ato foi perdoado, mas o estado, que diz sobre nós, pode e
deve ser relativizado conforme vamos nos tornando pessoas mais
semelhantes com Cristo.
Quem
anda como Cristo, de amor em amor consigo mesmo e com o próximo, pode
cometer todos os atos, pode negar a Cristo, pode fazer acepção de
pessoas, pode cortar a orelha de alguém, pode duvidar da onipotência
divina e pode até querer voltar ao velho Homem.
Quem
vive andando e tropeçando, porém não desiste de desistir de si, - deste
eu paganizado – não é pior do que os discípulos do novo testamento.
A
diferença entre o pecador e o pecador, não é o pecado. A diferença está
no interior de cada pessoa e só Deus perscruta bem. O pecado ou os
prodígios são sempre um “sintoma” e que pode pender para uma doença
incurável ou uma saúde agradável aos olhos do Pai.
“Errar
ou acertar” não é mais uma moeda para que se julgue, pois a filho da
perdição e o filho da salvação comentem os mesmos pecados e os mesmos
prodígios.
O
pecado foi vencido na cruz e Deus quer que todo o Homem se beneficie
disso. A discussão foi resolvida: o pecado já não tem força.
Quem
escolhe este grande benefício gratuito, apenas deve segui-lo. Ele se
encarrega dos nossos entulhos e bagagens. Os atos que praticamos
diariamente, foi perdoado.
Ele
quer apenas que relativizemos nosso estado de pecado. Isso não é a
mesma coisa que dizer: “preciso deixar de pecar para agradar a Deus”.
Seria loucura divina pedir isso ao Homem.
Relativizar
o nosso estado de pecado, independe de muita coisa, inclusive da
religião. Relativizar o nosso estado de pecado é decidir amar a todos,
sem acepção. É se parecer com ele, no amor, no cuidado.
Quando
fazemos isso, podemos cometer grandes delitos, porém já estamos
fragilizados para permancer no erro, pois o modo que decidimos viver não
nos deixa satisfeito com aquilo que podemos melhorar.
Assim,
o fato de tentarmos não errar mais, já não é uma questão de agradar a
Deus, é uma questão de saúde da alma, que anela ser melhor.
Assim,
deixar de pecar, deixa de ser um dogma acessível apenas ao cristão,
afinal, se tornar semelhante ao filho do Homem, basta ter sido criado
por Ele.
Termino
dizendo o seguinte: antes de você achar que deve parar de cometer algum
pecado ou se envolver num projeto de salvação do planeta, comece a
tratar de você mesmo. Olha para si.
Veja se isso não é apenas fogo de palha que não fará diferença de outro pecador e que não te beatificará.
Deus
não leva em consideração o que fazes, mas sim, quem tu és, afinal, você
pode salvar o mundo (o que fazes) e perder sua alma (quem tu és),
enquanto o zé-do-bar, pode perder/-se o/no mundo e salvar sua alma cheia
de vicios e “atos pecaminosos”.
Pense nisto.
1 comentários:
Dri,
Que bela percepção do Evangelho!!! Isto é o que foi dito, antes mesmo de estar escrito!!!
Abração e Paz!
Postar um comentário