Por Marcus Vinicius
Na blogosfera esta
semana um assunto em pauta: "os desigrejados", termo que eu ainda não
conhecia e que apareceu num blog que gosto muito. Fiz dois comentários
lá, mas quero me atrever aqui a escrever um pouco mais. Sem a pretensão
de saber tudo.
Como comentei em um
dos post's fiz uma viagem recente por três livros sobre igreja: Igreja
Orgânica, Reimaginando a Igreja e Reformissão. Cada um tratando o
assunto vida da igreja e existência da igreja de um ponto de vista
diferente. Todos preocupados com o que vive a igreja hoje. Esta viagem
me ajudou a equilibrar ânimos e desânimos referentes a igreja. Então
vamos lá.
>
Em primeiro lugar discordo do termo "desigrejados". Por quê?
Termos paralelos
aparecem, tais como: movimento dos sem igreja; filhos bastardos da
igreja, etc. No mínimo acho pretensiosa tal denominação, pois carece de
significado histórico. Ou será que os que assim apupam a seus irmãos
esquecem que os cristãos eram "Haeresis" do judaismo? Há que se
separar pessoas frustradas com o hiper-dogmatismo institucional de
pessoas rebeldes e insubmissas.
> Em segundo lugar definir que todos os
que "saem" da igreja (instituição) deixaram a Igreja (assembléia dos
salvos) é no mínimo confusão de informação. Especialmente se ao dizer
isto, quem diz afirma que tais que saíram o fizeram ou porque estão em
pecado e não querem ser confrontados; ou porque desejam construir um
mundo paralelo, uma Matrix eclesiológica. Esquecimento histórico 2:
quase todas as igrejas livres que existem são acusadas de serem facções
de denominações históricas (rebeldes também?). Algumas são facções das
novas facções.
> Em terceiro lugar a maior parte dos
bons dicionários bíblicos reconhece que o termo igreja não corresponde a
nenhum edifício (endereço e horário fixo); ou organização oficial
(CNPJ, estatutos, reconhecimento público, etc.). Um deles diz: uma
congregação local de cristãos (Dic. da Bíblia - Douglas, Vida Nova).
Então o que vale é com quem congrego e não onde e quando congrego.
Minha
palavra aos desigrejados: eu entendo vocês. Ainda sou de uma igreja
institucional por vários motivos. Mas entendo o peso e tamanho das
diversas decepções acumuladas (as carrego comigo). Aos críticos só posso
concordar em uma coisa: o movimento das igrejas simples, orgânicas, em
casa, no shoping, seja o nome que se der, só perde em valor se aderirem
ao pensamento histórico que é nosso (denominacional): se se tornarem
sectários também.
Neste casos vocês estarão
corretos na crítica. Fora isso não existem desigrejados, existem os que
estão sendo deserdados pelos institucionalizados que precisam defender
posições - mas isto é assunto para o próximo post.
Graça e paz, sempre (aos irmãos, todos, que amam o
Cordeiro e são filhos de Abba, não de placas).
2 comentários:
Amada Adriana,
Já tinha lido essa postagem no blog do Marcus Vinícius. Gostei muito.
Digo a você, o que disse a ele: também publiquei um texto com conteúdo parecido, um pouco mais completo e extenso. Caso você queira dar uma lida e seus leitores também, o endereço é: http://kasteloforte.blogspot.com/2010/05/porque-nao-vou-mais-igreja.html
Tenho certeza que ele servirá para nossa edificação no Senhor.
Que a Paz do Senhor Jesus continue com você, sua família e seus leitores!
Tem muito igrejista, achando por aí que quem não quer mais ir à instituição, o faz porque está magoado com alguém.
Pode até ser em muitos casos, mas tiro por mim que não é bem isso.
Quando entendemos a Graça como Jesus e Paulo pregou, percebemos que nenhum sacrifício é necessário. Até ficamos com aquele sentimento de "I was sucker", mas conseguimos entender que foi um tempo necessário para nosso aperfeiçoamento e todos passam por essa fase.
Quando vejo algum igrejista hoje, consigo manter a calma na maior parte do tempo. Quando ele não me entende, apenas faço perguntas que o ajudam a raciocinar. Deixá-lo com dúvida já é um ganho.
Saí da última instituição cristã sem nenhuma rixa com quem quer que seja. Saí porque não vi mais necessidade de cumprir nenhum sacrifício.
Simples assim.
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