Dialogos - parte I

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Frei Betto: Diálogo entre ciência e fé

 Fé e ciência nem sempre tiveram um bom diálogo. As primeiras respostas às indagações do ser humano a respeito do cosmo, dos fenômenos naturais e da vida, foram dadas pela religião. Xamãs, feiticeiros, gurus e sacerdotes faziam a mediação entre o Céu e a Terra.

A religião é filha da fé e a ciência, da razão. Se a fé parte de verdades reveladas que, por sua vez, exigem adesão de fé, sem comprovação experimental, a ciência é o reino da dúvida e se apoia em pesquisas empíricas. A fé apreende a essência das coisas; a ciência, a existência.

O diálogo entre fé e ciência iniciou-se quando, na modernidade, a razão se emancipou da religião.

No intuito de atualizar o diálogo entre a ciência e a fé, a editora Agir promoveu um encontro, durante três dias, entre Marcelo e eu, que resultou no livro “Conversa sobre a fé e a ciência”, já nas livrarias.

Gleiser leu meus livros e eu os dele, o que favoreceu o nosso diálogo, no qual houve mais convergência que divergência, sobretudo no que se refere à correta postura da ciência diante da fé e da fé diante da ciência.

São esferas independentes, autônomas e que, no entanto, encontram suas sínteses em nossas vidas. Ninguém prescinde da ciência, assim como todos têm uma dimensão de fé.

Marcelo Gleiser e eu coincidimos que a finalidade da ciência não é obter lucros, nem a da fé impor verdades ou arrecadar fundos.

Ciência e fé servem para nos propiciar qualidade de vida, conhecimento da natureza e sentido transcendente à existência. Se pela fé descobrimos a origem e a finalidade do Universo e da vida e, pela ciência, como funcionam um e outro, tudo isso pouco importa se não nos conduz ao essencial: a uma civilização na qual o amor seja também uma exigência política.


 Frei Betto é escritor, autor de “O amor fecunda o Universo – ecologia e espiritualidade”, coautoria com Marcelo Barros
Marcelo Gleiser é fisico, astronomo, professor, escritor autor de "Criação imperfeita" 




que sabe você se interesse em ver Deus e o fisico

6 comentários:

Conexão da Graça disse...

Adriana, como vai querida?!Fique a vontade para usar e abusar do texto.Esse Frei Betto é fera mesmo heim!Destaco essa frase que sintetiza pra mim o texto:"Ciência e fé servem para nos propiciar qualidade de vida, conhecimento da natureza e sentido transcendente à existência", simplesmente sensacional!Os guetos da religião são viciados em demonizar quem não é das suas fronteiras.Agora, fala pra mim se esse cara não é um canal da GRAÇA de Deus!Há um tempo atrás escrevi um texto com o título:"O Evangelho que não é do "MEIO", onde abordo essa questão.No meu blog devido aos baixos acessos não deu muita repercussão, mais no PC que é muito visitado, deu o que falar...Paulada e cafuné pra todo lado.Coloquei um texto e um vídeo antiguinho a pouco no blog, do Mário Sérgio Cortella (ex monge católico), onde ele aborda sobre a magnitude do Universo e a nossa insignificância diante de todo cosmos.Também creio que fé e ciência podem andar juntas num relacionamente harmonioso independente de questiúnculas.Muito bacana o texto.Um ABRAÇÃO mana, Franklin.

Adriana disse...

Eu estou bem.

Imagino o rebosteio que foi a repercussão do seu texto neste ambiente, vamos dizer mais democratico kkkkk

Amo o Frei Beto e o Professor Cortella, pô é covardia.

Depois te conto parte da minha história onde eles foram importantes.

Ouço com alegria estes homens, pois não tenho medo da ciência e a crença alheia não me pertuba. Vou fuçar no seu blog e pegar o que me interessa, ih perdeu mano

Luciana Fernandes disse...

Adriana, amiga querida!
Precisava te escrever para contar que comprarei esse livro como uma menininha pequena compra uma boneca nova?
Só posso te agradecer por ter postado este texto.
Beijo

Adriana disse...

Lu,

Você já sabe que sua biblioteca particular a mim muito interessa.
Fico feliz que tenha te inspirado.

grande abraço

Eduardo Medeiros disse...

oi drica, tudo beleza?

quando eu era mais novo, minha cabecinha dava voltas pois eu queria conciliar a fé e a razão. depois eu descobri que não há por que conciliar nada, já que fé e razão não estão em oposição uma à outra. como diz o texto, "São esferas independentes, autônomas".

bem interessante esses diálogos entre frei beto e o gleiser, também já li os dois e gosto muito da postura do físico em relação à fé e à religião.

falando nisso, você já conhece o meu novo blog onde só estou escrevendo sobre fé, teologia, religião, e afins?

caminhosdateologia.blogspot.com

um beijão.

Adriana disse...

Dudu,

Claro que vou conhecer, me aguarde.

beijocas

 

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