Pouca coisa mudou desde então. O que já era ruim, melhorou pouco e o que parecia bom, não piorou quase nada desde então.
Apesar de tanta tecnologia, tanto desenvolvimento, tanto investimento para se melhorar a vida de uns poucos privilegiados, a grande maioria não se beneficiou tanto quanto aqueles que desenvolveram todas as coisas para beneficiarem aqueles poucos privilegiados.
Nossa sociedade perdeu muita coisa enquanto adquiria bens para ter a sensação de que ganhava alguma coisa.
Apesar de tanta tecnologia, tanto desenvolvimento, tanto investimento para se melhorar a vida de uns poucos privilegiados, a grande maioria não se beneficiou tanto quanto aqueles que desenvolveram todas as coisas para beneficiarem aqueles poucos privilegiados.
Nossa sociedade perdeu muita coisa enquanto adquiria bens para ter a sensação de que ganhava alguma coisa.
Na parte em que a gente deixou de avançar, ficou-se moralmente atrasado, socialmente reprimido, espiritualmente desnutrido, emocionalmente confundido.
Temos assim em nossas casas, um montão de coisas que dizem servir para melhorar a qualidade de vida, mas para caber tanta tecnologia, tanto desenvolvimento e tanto investimento, tivemos que tirar coisas de valor e valores essenciais, e abandoná-los fora dos nossos lares.
Os relacionamentos humanos não se estreitaram por causa de tudo que se adquiriu, mas ao contrário disso, se distanciaram desde então. Tudo está mais rápido, mais imediato, mais virtual, mais sem o gostinho que só se encontra nos encontros reais, e depois fica o desejo do quero mais.
A famílias se vê e se fala na tela do PC ou celulares. A distância e a falta do contato esvazia os relacionamentos de intimidade.
Temos filhos e pais virtuais, amigos então, nem se fala. Pior que tudo e ainda por cima, maridos e esposas "virtualizando " o casamento. Será que pode? Poder não pode, mas a tentação de fazer, contamina e enfraquece a vontade de não ir a favor da maré. A maré por sua vez é vazante, ou seja, está levando embora o que estava dentro, e lançando longe, fora do alcance de ser recuperado outra vez. Poucos tem a coragem de ir contra a maré vazante. Sobra cada vez menos quem ainda resista a ela.
Assim, somos esvaziados de significados vitais e valores essenciais para que de fato melhoremos individualmente e consequentemente, coletivamente.
Nesse sentido é que iniciei essa reflexão dizendo: Pouca coisa mudou desde então. O que já era ruim, melhorou pouco e o que parecia bom, não piorou quase nada desde então. Evoluímos para trás mesmo caminhando para a frente.
Há imensos vazios deixados nos sentimentos, nas emoções e no convívio bom e simples desde então. Perdemos muitas coisas boas para ganhar outras de valor controverso.
As gerações que entram em cena, não possuem os valores, a força, a consciência nem o sentimento da geração que sai de cena. As novas não possuem a memória e o 'know-how' adquirido para se chegar até aqui, e por essa causa, não sabem em como chegaram, e assim, nem como consertarem o que se estragou. Nisso reside a perversidade de tanta modernidade e falta de simplicidade também. Ninguém se preocupa em saber como se faz. Se estragar, compra-se outro mais novo, mais moderno, e pronto. E não é muito diferente nos relacionamentos não, né? Se um amor se "estraga" pela ação da intolerância, ninguém se arrepende, ninguém mais quer consertar. É mais fácil trocar por um amor mais novo, mais moderno. A Fila anda, né não?
E assim, quanto mais se aprofunda nessa reflexão, e se tem a consciência dessa direção em que tudo parece caminhar, se percebe também que em outras áreas, as coisas também vão de mal a pior. É o caso da relação do homem com o seu Criador.
Cada um inventa um "deus" para encaixa-lo em seu estilo de vida e conveniências. Um "deus" pasteurizado, automatizado com uma tecla de autosserviço como a de um caixa-eletrônico, que se pode "sacar" presentes divinos conforme as necessidades da ocasião (clique aqui!).
Cada geração que entra em cena quer criar um "deus" sem o seu passado eterno; um "deus" novo e mais moderno.
Ninguém quer pagar o preço de crer pela fé, e esperar na Esperança de um DEUS que não se curva a modernidade, as ocasiões e conveniências de uma geração perversa e fútil. DEUS não muda e nem se altera na onda da maré.
Alguns, não poucos, tem usado a tecnologia, o desenvolvimento e investimentos enormes para construir organizações religiosas e pregarem seus "deuses" de autosserviço. Verdade seja dita: Ninguém quer pagar o preço de servir a um DEUS, que a despeito de fazer tudo para todos, de Graça, pode dar muito mais do que receber algo bom da nossa parte, né? Logo, melhor é faze-lo de serviçal. Servo das vontades e desejos da gente.
Tolice pura de quem assim pensa, viu?
Deus não pode ser escarnecido com os nossos desejos não!
Infelizmente, ainda não chegamos onde pensávamos que chegaríamos, e tão pouco somos o que gostaríamos de ser agora. Mas a despeito de tudo o que perdemos, pensando estarmos ganhando algo imprescindível, continuamos caminhando em um processo lento e doloroso para sermos o que deveríamos ser desde o início. Seres criados para assemelharem-se ao Criador.
Crendo ou não, isso somente é possível quando nos aproximamo-nos da figura que é JESUS. Nele, que é a plenitude do homem projetado no coração do PAI, podemos alcançar enfim, a semelhança de DEUS.
Porém, fora Dele: Pouca coisa mudará. O que já é ruim, continuará melhorando pouco, e o que agora nos parece bom, não piorará quase nada.
E é assim desse jeito mesmo que se é: Pouca coisa mudou desde então.
Gerson Palazzo
A imagem de Adão e Eva cultural eu vi aqui
4 comentários:
Quantas verdades num texto tão curto. Quanta sugestão de vida e acerto.
Sempre penso em como será o futuro desta geração sem noção. Paz e bem.
Texto bão, parece coisa de Salomão em Eclesiastes!
Acho que, de tudo o que se relativizou com a modernidade na área relacional, um ponto positivo deve ser destacado:
Sem ela, não teria conhecido tanta gente boa como você e aqueles que aqui frequentam!
Beijo bem grandão na bochecha!
Sou obrigado a concordar tanto com o Cláudio, quanto com o JC.
Realmante há uma falta de conteúdo latente nos relacionamentos cada vez mais virtuais. Há um erro em virtualizar o que é físico, táctil, paupável...
Mas devo dizer que é uma coisa muito positiva saber que ainda existe tanta coisa de conteúdo em relacionamentos virtuais (e que não poderiam ser doutro jeito, como o nosso aqui) e à distância.
Por isso é tão importante perceber que somos seres com decisões a tomar a cada segundo.
Saber a quais portas bater e qual delas fechar, lacrar, cerrar...
Boa reflexão!
Dri,
Continuando a onda de Eclesiastes...
Outra coisa boa vi no Deus Pai e Criador: que todas as coisas cooperam para o bem daquele que ama a Deus. Os dias vêm, os dias vão, e o Senhor continua transformando o mal em bem. A tecnologia, vaidade de vaidades, quebra os relacionamentos. Então, a Sabedoria transforma a tecnologia em formadora de novos relacionamentos. Superficiais? Profundos? Antes que não estejamos mais debaixo do sol, saberemos. Por enquanto, é uma forma de tornar conhecidos os "sete mil que não dobraram seus joelhos a Baal".
Que bom que conheci vocês!!
Beijo em seu coração, Dri, e muita Paz!
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