Livre, para ser e viver Nele

terça-feira, 7 de dezembro de 2010


Assistir Caio Fábio falar sobre batismo, me fez pensar em todos os rituais cristãos que fui submetida durante minha infância e adolescência. Batismo com poucos meses de vida na igreja católica, aulas de catequese nas manhãs ensolaradas de sábado, enquanto minhas amiguinhas brincavam na rua de terra, crisma no início da minha adolescência quando o que mais queria era curtir algumas horas de nada.

Mas, felizmente os anos passam e ganhamos autorização para escolher o que queremos, no que acreditamos e com quais sacramentos e rituais queremos comungar. Fiz a opção de romper com tudo que me direcionasse ou me obrigasse a seguir regras absurdas para pertencer a um grupo religioso. Conclusão, tinha as noites de sábado e manhãs de domingo para ser livre. Explicarei porque me sinto livre desde então.

Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, batismo significa “admissão solene no grêmio de uma religião ou seita; iniciação”, já o dicionário Houaiss descreve o batismo como “um rito de passagem, feito normalmente com água sobre o iniciado através da imersão, efusão ou aspersão”.

Pois bem, como poderia estar pronta para ser admitida em qualquer religião, seita ou doutrina ou ser submetida a um rito de passagem com poucos meses de vida?

Poderia ter buscado essa admissão ou passagem na fase adulta, mas sempre questionei qual era o sentido destes momentos, que significado teriam em minha vida? Nunca encontrei resposta satisfatória ou que me deixasse empolgada o bastante para aceitar o pacote que viria depois destes rituais oferecidos aos montes nas centenas de igrejas e templos que encontramos espalhados oferecendo salvação e redenção.

Sempre me apavorou o depois, pois cansei de ver amigas convertidas a alguma religião que de fato as transformaram, ou melhor que conseguiram a proeza de as fazer desertarem suas ideias, utopias e ideologias e abandonarem suas personalidades. Fiquei sem minhas amigas de infância, mas passei longe da possíbilidade de sofrer qualquer espécie de transfugação. Portanto, me senti livre, fui livre desde então e continuo disponível para tudo que julgar necessário ou importante para minha vida ou daqueles que me são preciosos.

Posso concordar com Jesus e seus ensinamentos sem estar presa ou vinculada a algum tipo de devoção ao que foi instituido por homens como prioritário para minha iniciação ao Evangelho.

Não preciso que ninguém derreme água ou óleo sobre minha cabeça ou corpo para que possa beber ou me lambuzar da Palavra. Basta ir até a cozinha da minha casa, pegar um pouco de água filtrada, passar em minha fronte e dizer à minha alma que aceito Jesus como meu Deus, meu Senhor e meu Pai.

Aceitar Jesus e concordar com Ele em todos os sentidos de nossas vidas é infinitamente mais díficil e complexo do que deixar que alguém derrame líquido em você e te diga que daquele instante em diante você vive com Jesus e como ele e que está apto a conhecê-lo.

É mais fácil, menos custoso e doloroso aceitar o instituido pela igreja ou templo do que buscar a inalcansável tarefa de aceitar e concordar com Jesus em plenitude. Afinal, valsculhar a alma em busca de suas mazelas e verdades dói e provoca uma revolução sem volta. Então ouvir de alguém que você está salvo e livre de todos seus pecados originais e cometidos oferece falsa sensação de alívio e libertação. Prefiro a dor da coragem!

Luciana Fernandes.

8 comentários:

Regina Farias disse...

Menina do céu, que video fantástico! Profundamente libertador!

Impressionante como o video e este texto DERRUBAM todos os paradigmas. Simplesmente ANULAM todos os rituais pesados, celebrações inúteis, desnecessárias, tolas, inventadas pelo homem presunçoso.

E que texto, heim?! Complemento sem retoque! Inclusive eu também me inspirei em fazer um texto "em cima" dessa pregação maravilhosa que traz libertação a quem estiver disposto a se despir das vestes pesadas da religião. Mas aí me envolvi com outras atividades e fui deixando pra depois... E sou presenteada com este texto que fala exatamente o que eu penso e vivo/vivi.

O detalhe é que não fiquei sem minhas amigas de infância, mas fiquei loooongo tempo sem mãe e alguns dos irmãos e ainda hoje embora tenha sido quebrado grande parte dessa barreira, existe a facção (abominável a Deus) visivelmente distanciada e uma das coisas mais estranhas pra mim é que os ouço saudar somente entre si com um tal de "a paz de Deus" muito estranho, posto que não consigo entender que tipo de paz é aquela que atribuem a Deus e que eu não consigo visualizar em seus coraçõezinhos até sinceros, mas legalistas, religiosos, profundamente engessados.

E eu não posso deixar de aproveitar a oportunidade pra falar sobre algo que o pastor disse logo no início do video sobre os tipos de batismo por aí, pois eu achei interessante e até ri muito (hoje eu tô rindo mas foi sinistro aff) porque parecia que ele estava no dia em que eu me prestei ao papel de ser batizada em água turva e fedorenta quase sendo afogada. Saí de lá APAVORADA, mas engolindo em seco com a visão recente daquela água imunda.

Mesmo sendo transgressora nata e uma das poucas da família que não havia entrado nessa paranóia religiosa, eu era assustada com o que diziam dessa denominação (CCB), que eu ia pelo amor ou pela dor, coisas assim que eu já expus muito no meu blog e em comentários por aí. Então, em meio a essa pressão psicológica, um belo dia alguém me liga dizendo que eu não deixe de ir me batizar lá nessa cidade do interior que eu morava, que era o último do ano, que eu não podia deixar pra depois, enfim aquela clássica pressão psicológica, um terrorismo filho da mãe. Lá fui eu sem conhecer ninguém, o povo me olhando como se eu é que fosse a estranha he he

Isso não se faz, poxa, é sacanagem, hoje eu vejo. Mas quem fez isso comigo está tão coagido que nem tem noção, é uma neurose coletiva.

Saí de lá pior do que entrei, assustada, nervosa e, pior ainda, escondi de meu marido, pois me senti envergonhada. Isso faz muitos anos, nossa! hoje, olhando pra minhas sobrinhas, vejo que eu era quase uma menina. Passei anos e anos sem comentar com ninguém porque morria de vergonha de ter me submetido a tamanho mico, logo eu que abominava essas coisas alienadas e coletivas.

Mas é como diz sabiamente o pregador no video, Não adianta ir por coação ou medo, ou coisa que o valha, pois o milagre só acontece no coração da gente quando a gente diz: eu quero pra mim a Graça de Jesus, a mente de Cristo moldando meus pensamentos, eu quero sujeitar a multidão das minhas emoções à sabedoria da Palavra. Eu quero Deus vivendo em mim.
e eu sei do que estou falando, pois o milagre aconteceu em mim a partir dessa expressão: EU QUERO!!!

O mais é religiosismo, denominacionismo, igrejismo, que só aprisiona e enfraquece a alma e o espírito porque oprime e angustia gradativamente minando nossa mente e formando uma senhora salada existencial.

Regina Farias disse...

(Continuando...)
Como falei lá no SUSTO DE AMOR do Cláudio:

Quem estiver disposto a ser discípulo de Jesus, mas está cheio de tanta falácia, de repente é um bom começo assistir esse video, desde que despido de todos os maus hábitos que os igrejismos nos impôs.

A grande questão é o costume, a cerimônia, o ritual.

O ser humano ACOSTUMADO com cerimonialismo nunca vai entender que o batismo "externo" não vale absolutamente NADA, seja de que forma for, se antes ele não estiver disposto a viver conforme o Evangelho.

E também de nada adianta ele assistir a uma pregação assim se ele não se propor se despir de todas essas vestes e se jogar de cabeça na água viva que não se vê.

Parafraseando o autor, encerro dizendo:

Quem não aceitar formatação de religião e só a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, assista essse video. Ainda existe CURA!!!

Amém, amém e amém!!!!

Rô Moreira disse...

Bom, se não houver um novo nascimento, não adianta realmente o batismo em água, será apenas um banho, portanto, de acordo com Jesus, precisamos ser nascidos "da água e do Espírito". "Nascer do Espírito" significa entrar numa nova vida mediante uma mudança de mente e de coração. Por envolver um tipo de experiência completamente nova, e não apenas um aperfeiçoamento do velho estilo de vida, o ato de fazer parte do reino de Deus é denominado novo nascimento. O batismo pela água é um símbolo exterior que retrata a mudança interior. Se não houver mudança interior a pessoa só tomou um banho, minha filha escolheu ser batizada mês passado, mas o novo nascimento não veio através do batismo, mas veio bem antes o batismo, foi só uma confirmação do que ela ja sentia. E eu a expliquei bem tudo,e creio que ela em nenhum momento se arrependeu de ter descido as águas, graças a Deus por isso. Temos um colaborador na África que batizou um prisioneiro como reconhecimento de seu compromisso com Cristo e como símbolo da transformação que o Espírito Santo estava operando em seu caráter. Quer dizer, tem que nascer de dentro para depois testemunhar. Paz e bjs!

Wendel Bernardes disse...

Adriana,
esse relato é muito belo, verdadeiro, embora carregado de dor e tristeza por causa dos erros causados pela castração religiosa metida a evangelho (que segundo um amigo meu chama-se 'desevangelho'... srrs).

O rituais são cada vez mais engessados, como bem disse a Regina, e cada vez mais auteros e sufocantes.
Nada se pode comparar com um Jesus livre, liberto e libertador... Nada se pode referendar com Seu Evangelho puro e desmedido!

A religião determina como nos portamos, como nos vestimos, se usamos ou não adereços e adornos, e se usamos, quais são mais 'santos' que outros...
Determina quanto doamos, a quem devemos fazer, como louvamos, o melhor ritmo que Deus curte...

É um absurdo, uma burrice e muita presunção!
O absurdo é sermos guiados segundo a opinião de alguém... a burrice é acreditar que isso é possível... a presunção é alguém se portar como voz de Deus na terra...

Cara, quer saber...
foi isso que Paulo quis dizer com "A letra mata, o Espírito vivifica"...
A religião é a letra, mas Jesus é o Verbo Vivo que se fez carne e habitou entre nós!

Abraços meninas...

Anônimo disse...

A conversão a Jesus é totalmente diferente da conversão a religião ou a conversão as Escrituras. A maioria se converteu a Bíblia e não a Jesus. Jesus foi colocado debaixo do alqueire e a bíblia no velador. A posição inverteu-se e aquilo que dá vida as Escrituras,Jesus, a Palavra de Deus, ficou esquecido e fazendo parte do todo. A Palavra de Deus agora é a Bíblia e Jesus inserido nela. Tornamo-nos discípulos do livro e não de Jesus, aí quando lemos sobre o batismo ser um caldo ou uma chuva que nos é dada depois da conversão, imantamos o objeto, a água, o ministro que nos batiza dando um valor que na verdade eles não têm, e chamamos isso de batismo, este é o ato mágico que nos transformará em gente boa de Deus. MENTIRA! A teoria que primeiro vem o novo nascimento e só então o batismo com água é muito lógica e bonitinha, mas não é isto que temos assistido nos templos. Na prática a crença é que o caudo batismal é que transformará o sujeito em gente boa de Deus, então é de fora pra dentro e não de dentro pra fora como é no Evangelho. Seguindo este raciocínio Dimas teria de ter tomado um banho antes de se encontrar com Jesus no paraíso. Enfim, está tudo errado e o vídeo do Caio é simplesmente fantástico. Graça, paz e bem.

Luciana Fernandes disse...

Alexandre, também não sou evangélica. Não estou pressa a religião, ceita, doutrina, padre ou pastor. Sou uma curiosa que tenta entender quem foi Jesus e busco basear minhas atitudes e decisões naquilo que Ele nos deixou de melhor, seus ensinamentos.
Um abraço. Sorte e luz para você no Japão.

Luciana Fernandes disse...

Oi Wendel! Como vai?
Não sinta em minhas palavras nenhum resquicío de mágoa ou sofrimento porque fugi de tudo o que poderia me fazer mal, antes mesmo que fizesse algum estrago!
Você tem absoluta razão quando diz que a religião mata. Sorte que corri dela, rsrsrs.
Abraço,
Luciana Fernandes.

Luciana Fernandes disse...

Rô, nascer de dentro é tão desafiador e perigoso, por isso muitos preferem ouvir e fazer de conta que acreditam quando qualquer indivíduo diz que nasceram novamente.
Obrigada por seu comentário!
Abraço,
Luciana.

 

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