A DOENÇA DA CRENÇA

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009


Meus filhos me ensinam demais.
Eles são meus exemplos pra quase tudo. Cada atitude simples, despreocupada e inocente me encoraja a ser melhor e rever conceitos. Cada descoberta, cheia de entusiasmo, me leva a ver o novo sem receio paronoico e defesas desnecessárias.
Crianças vivem o agora com intensidade e crêem no que faz sentido prático, até alimentam fantasias mirabolantes mas, no geral, nada assim que seja tema para um compêndio medico-psiquiatrico.
Tudo faz parte deste mundo a parte, mundinho infantil, doce, gentil, perverso mas sem consequências devastadoras na convivência.
Acontece que viramos, mais cedo ou mais tarde, monstros, de nós mesmos.
Em algum momento surge o hulk.
Não é possível definir com exatidão em que momento acontece a transformação, que claro, não se dá, assim no estalo dos dedos, mas acontece.
E acontece também na vida do crente-que-vive-dentro-da-igreja. Aquela fé pura, viva, sem amarras com esquemas, pode ser tornar uma doença.
Quando começamos a crer, e crer pra valer, no sistema igreja-instituição, este monstro ganha espaço e toma contornos assustadores ao ponto de que, aquilo que eu creio ter que acontecer nem que for na marra. Afinal, eu preciso da confirmação de que minha fé tem algum sentido.
Isto tudo que faz sentido precisa ser real então farei as engrenagens funcionarem.
A máxima da propaganda nazista dizia que uma mentira muitas vezes dita pode se tornar verdade, ainda mais se estas tais verdades vem de encontro a necessidades psicológicas como aceitação e vontade de controle. A igreja se torna mais um lugar onde a doença da crença se instala e se alimenta.
Olhar as crianças tem sido libertador, pois elas me mostram que não preciso de engrenagens malucas para sentir a vida, basta crer que estou sendo olhada por alguém, cuidada por este alguém, o tempo todo, sempre.
Não pode ser atoa que Ele é Pai.

2 comentários:

Cris disse...

Chega de viver mentiras que se tornam verdades, afinal, me pergunto: " Que Deus é este que necessita que as pessoas mintam para manterem igrejas abertas???? E que pessoas são estas que em nome de Deus justificam suas próprias mentiras...?"
Fica confuso né? Muitas vezes me senti no Orinte Médio, onde existem homens-bomba, que matam em nome de Deus, já presenciei tantas mentiras serem ditas que tiveram moesmo efeito que as bombas que estes tais homens explodem, e estas pessoas também não percebem o quanto devastam o intimo dos outros.
Que Deus nos ilumine para continuarmos no caminho da SUA verdade.
Beijos, amo vc.

Adriana disse...

não, Deus não precisa das mentiras humanas.
Aliás Ele nada tem com este jogo,
o evangelho não tem participação em sujeiras.
Não há confusão.
Os homens criam seus pequenos reinos e os mantem com mentiras e Deus, bem, Ele não tem nada haver com isto.

te amo

 

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